Concurso Publico é alvo de denúncias em Cachoeira Paulista

Uso de celulares e funcionários da Prefeitura responsáveis pelas provas são alguns das reclamações apresentadas

O prefeito de  Cachoeira Paulista Edson Mota que ainda não respondeu a solicitação do Sindicato dos Servidores (foto: Arquivo Atos)
O prefeito de Cachoeira Paulista Edson Mota, que teve concurso público contestado após denúncias de irregularidades (foto: Arquivo Atos)

Jéssica Dias
Cachoeira Paulista

O concurso público, realizado em Cachoeira Paulista no último dia 16, é alvo de críticas dos concursados. A falta de organização por parte da empresa responsável, a Promun de Cruzeiro, o uso de celulares, a participação de funcionários da Prefeitura como fiscais e a demora para o início da prova pautaram as principais reclamações de quem cobra informações sobre o processo para o preenchimento de 140 vagas.

A costureira e cozinheira Regina Célia Villela, 42 anos, foi uma das pessoas que fizeram o concurso para o cargo de merendeira e cozinheira.

No ultimo dia 20 após o final de semana da realização da prova, ela procurou o Ministério Público para questionar as condições do processo. “Eu fui ao Ministério Público e fiz minha parte, delatei tudo que vi de errado. Falaram que vão apurar todas as minhas denúncias para reunir o máximo de provas que puderem. Se realmente tem vídeos de pessoas usando celular ou prova em papel pardo, isso é caso de anulação”, argumentou a costureira.

Uma matéria publicada pelo Jornal Atos, no ultimo dia 2, divulgou os dados do concurso com base no edital publicado pela Prefeitura. Eram 140 vagas distribuídas para os cargos de agente comunitário de saúde, agente de combate a endemias, cozinheiro, inspetor de alunos, merendeira, servente de limpeza, auxiliar de desenvolvimento infantil, secretário de escola, professor I e professor de educação artística-P2.

Reclamações feitas por concursados em um grupo de discussão no Facebook destacaram a vaga de professor de educação física P2 que não constava no edital oficial, mas acabou constando na lista de aprovados divulgada pela Prefeitura e pela empresa que organizou o concurso, no último dia 23. Entre os aprovados estava o filho de um funcionário do primeiro escalão da Prefeitura.

Outro participante do concurso foi o agente de apoio operacional Anderson Silva, 40 anos. Morador de Canas, ele prestou concurso para agente de controle de endemias. “Na minha sala não vi irregularidades como uso de celulares, mas o fiscal da prova disse que não precisava preencher o número de inscrição porque o mesmo já estava impresso no cabeçalho da prova. Em outras bancas de concursos que já fiz a inscrição do candidato já vem marcada, assim a leitura do gabarito seja associada à inscrição”, explicou Silva.

A empresa responsável pelo concurso foi a Promun, com sede em Cruzeiro, mas de acordo com os concursados, os fiscais responsáveis pelas provas foram os funcionários da Prefeitura. Outra reclamação foi que as provas estavam em envelope pardo, presa com fita crepe branca, e em alguns casos até abertas.

Posicionamento – A reportagem do Jornal Atos entrou em contato com a Prefeitura de Cachoeira e com a empresa Promun, mas não obteve resposta até o fechamento dessa edição.

Na sessão de Câmara do último dia 20, o vereador Breno Anaya (PSC) se posicionou sobre o concurso público, dizendo ter ido ao setor jurídico da Prefeitura, no mesmo dia, conversar com a secretária de Negócios Jurídicos, Gisely Fernandes.

Segundo o vereador, o Jurídico notificou a empresa por escrito pedindo todas as informações do que ocorreram, com vídeos, fotos, postagens que tiveram nas redes sociais. “A Prefeitura também tem feito sua parte, não foi a Prefeitura em si que fez o concurso e sim uma empresa. Não teve participação dos vereadores, eu mesmo nem li o edital”, justificou Anaya. Até o fechamento desta edição, a reportagem não tinha informações se o parlamentar havia recebido as informações sobre a resposta da Promun.

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