Santuário fica de fora de decreto que libera celebrações em Aparecida

Para prefeita, abrir maior templo religioso do Brasil poderia acarretar na necessidade de outros setores; Igreja diz que seguirá determinações das autoridades

Matriz Basílica Velha no Centro de Aparecida; Prefeitura libera cultos e celebrações religiosas na cidade (Foto: Marcelo A. dos Santos)

Rafael Rodrigues
Aparecida

A Prefeitura de Aparecida divulgou um decreto nesta segunda-feira (15), flexibilizando as restrições quanto às atividades de cultos e celebrações religiosas na cidade. A medida, que deixou o Santuário Nacional de fora, libera apenas duas reuniões por dia, seguindo critérios de distanciamento e higiene dos locais.

No texto, o governo municipal frisou que os espaços serão obrigados a cumprir medidas de segurança, como distanciamento mínimo de dois metros entre as pessoas e permitir a entrada de apenas 30% da capacidade máxima da igreja ou templo.

Cada igreja terá que se equipar com termômetros digital infravermelho, para medição da temperatura, sem contato físico. De acordo com a nova norma, caso a pessoa apresente temperatura acima de 37,8°C ficará proibida de participar da celebração.

Mas além das regras, a decisão de não incluir o Santuário Nacional na lista de templos atendidos pela flexibilização gerou polêmica. A Prefeitura chegou a afirmar que o decreto atende a pedidos da própria população, mas que era necessário seguir “critérios técnicos e sanitários”, devido à necessidade de atenção maior dedicada à saúde social no município, que conta com oito leitos com respiradores para atender seus pacientes, além das cidades de Potim e Roseira.

A prefeita Dina Moraes (DEM) pediu paciência para os moradores, pelo fato de não ter incluído o Santuário no decreto. “Sabemos que é (Santuário Nacional) o principal atrativo turístico religioso do país, mas temos uma grande preocupação com a disseminação do Covid-19 em Aparecida, porque a cidade recebe um grande número de turistas”.

A prefeita lembrou que caso liberasse as celebrações no Santuário, seria necessário também, a liberação do funcionamento de outros segmentos. “Vamos fazer da mesma maneira que fizemos com o comércio, para fazer tudo com muito cuidado e responsabilidade, já que temos um número pequeno de leitos hospitalares para atender Aparecida, Potim e Roseira. Só abrirmos o Santuário, não seria justo. Teríamos que abrir hotéis e a feira livre. Não podemos agir com a emoção nesse momento, e temos que ter a certeza de que conseguiremos condições de atender a todos”, desabafou.
Mesmo com o posicionamento da prefeita, interlocutores disseram que existe uma cautela maior quanto a liberação do Santuário, principalmente por receio de um contraponto judicial.

Em nota, o Santuário, que não realiza celebrações abertas ao público desde o dia 15 de abril, deixou claro que para que volte a receber romeiros, nas missas, é preciso o aval único e exclusivo do poder público municipal.

A informação rebatida pela chefe do Executivo. “O grande problema não é o Santuário, que sabemos que está preparado e equipado para receber o turista, mas sim o problema é o número de romeiros que visitarão a cidade. Precisamos primeiro estudar como ficará a cidade, a aglomeração gerada pelo turismo será muito difícil de controlar”, frisou Dina.

Ainda de acordo com a nota emitida pelo Santuário, a Igreja “já possui um plano de reabertura gradual com protocolos de segurança elaborados de acordo com as normas sanitárias exigidas pelas autoridades (trecho da nota)”.

Hotéis – O decreto municipal frisou que os estabelecimentos continuam proibidos de receber hóspedes. As galerias de lojas e centros de compras ligados ao setor também continuam fechados. Todas as outras determinações seguem como nos decretos anteriores.

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