Justiça determina interdição de passarela em Aparecida

Ligação entre Centro e o Perpétuo Socorro tem problemas desde 2016

Faixa de interdição retirada de viaduto que passa sobre a Via Dutra (Foto: Leandro Oliveira)
Faixa de interdição retirada de viaduto que passa sobre a Via Dutra (Foto: Leandro Oliveira)

Leandro Oliveira
Rafael Rodrigues
Aparecida

Uma decisão judicial em Aparecida interditou a passarela de pedestres “Dom Geraldo Maria Morais Penido”, que liga o bairro Perpétuo Socorro ao Centro da cidade. A alegação da Justiça é de que a passagem, que fica sob a rodovia Presidente Dutra, na altura do Km 69, corre o risco de desabar.

Segundo a decisão liminar, a CCR NovaDutra, concessionária que administra a rodovia, entrou na Justiça contra a Prefeitura por problemas estruturais na passarela construída pela administração. A Justiça determinou que a concessionária e o município tomem as medidas para recuperação da estrutura. Ainda cabe recurso da decisão.

Os problemas na estrutura ganharam projeção ainda em 2016. Desde então a administração da CCR afirma que notificou a Prefeitura, mas que nenhuma ação foi tomada.

Segundo os laudos apresentados pela concessionária, a estrutura metálica apresenta corrosões e a fundação de concreto está exposta. Os problemas, de acordo com a empresa, trazem risco iminente à segurança dos usuários que utilizam a passarela e passam pelo trecho na rodovia.

Na decisão, o juiz determinou, além da interdição, os reparos na estrutura em três meses com previsão de multa de R$ 20 mil em caso de descumprimento.

Diante da decisão judicial, a Prefeitura colocou manilhas nas duas entradas da passarela, mas ainda assim, moradores insistem em passar pelo local. “Na verdade fizemos a interdição, passamos as fitas, e mesmo assim, a população fica pulando e passando por lá. Não pode! Eles estão colocando a vida em risco”, relatou o agente da Defesa Civil de Aparecida, Jean Passos.

Mesmo interditada, a passarela que dá acesso ao bairro do Perpétuo Socorro continua com movimentação normal. Foram colocados dois obstáculos, sendo um em cada rampa da passarela, e uma faixa plástica proibindo o acesso de pedestres ao local. A faixa foi retirada da passarela e a circulação de pedestres sobre a passarela continua acontecendo de forma normal.

A estrutura metálica tem boa parte de sua extensão enferrujada. Carlos Soares mora no Perpétuo Socorro, trabalha no Saae e deixou de usar esse acesso. “Antes eu gastava 10 minutos, para sair do bairro e cruzar a passarela. Agora gasto 25, porque vou até a Primeiro de Maio e desço a pé. Mas minha mulher mesma disse, que se a passarela tem risco de queda, é melhor dar essa volta todos os dias”.

Situação diferente de Valdevino Ribeiro, pedreiro, que cruzou à passarela carregando uma bicicleta. O morador afirma que não pode perder muito tempo no trajeto para acessar e deixar o bairro, pois está sempre indo e voltando do local. “Para mim, não compensa. Eu passo direto para lá (Perpétuo Socorro). Se eu for dar a volta e deixar de usar a passarela, vou perder muito tempo e acaba atrasando meu dia”.

A Prefeitura confirmou que estuda medidas para conseguir sanar o problema, mas não divulgou nenhum cronograma de obras para o local.

A última vez que o problema foi relatado para administração municipal foi em agosto de 2018, quando a concessionária mais uma vez acionou o município afirmando que a vistoria realizada no local teria apontado um agravamento dos problemas encontrados em 2016.

Por não ter resposta, a própria empresa acionou a Justiça, que também a responsabilizou. Na decisão, o juiz incluiu a empresa na obrigação, alegando que ela seria, pelo contrato de concessão, responsável pela instalação e manutenção das passarelas.

As pessoas que residem no bairro do Perpétuo Socorro temem pela vida, já que depois da interdição, muitos estão arriscando atravessar a Via Dutra, em vez de dar a volta pelo bairro Santa Terezinha. “Realmente ficou muito difícil. Voltamos ao antigo sofrimento de correr o risco de sofrer com atropelamentos. Agradecemos a Justiça porque poderia ter sido pior”, desabafou uma das moradoras mais antigas do bairro, Katia Andrade.

 

 

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