Esgoto a céu aberto no São Geraldo aumenta reclamações ao Saae

Autarquia de Aparecida reconhece problemas e pede ajuda ao Governo do Estado; autarquia espera sinalização positiva do DAEE

Crianças brincam próximo a esgoto a céu aberto no São Geraldo; moradores cobram solução do Saae (Francisco Assis)
Crianças brincam próximo a esgoto a céu aberto no São Geraldo; moradores cobram solução do Saae (Francisco Assis)

Francisco Assis
Rafael Rodrigues
Aparecida

O esgoto que corre a céu aberto no bairro São Geraldo, em Aparecida está longe de ser solucionado. Mesmo com o Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) garantindo que conhece o problema, a direção da autarquia alega que não há recursos suficientes, mesmo com a cobrança da taxa de esgoto, para iniciar obras de canalização e coleta no bairro.
O afastado bairro São Geraldo é um dos pontos mais visitados da cidade. É nele que fica o Porto do Itaguaçu, local onde foi encontrada a Imagem de Nossa Senhora Aparecida, em 1717. Mas é por outro milagre que um grupo de moradores do local espera.
Um problema na rede que leva o esgoto para o Rio Paraíba tem causado problemas como mal cheio, o aparecimento de animais peçonhentos e ainda o risco de acidentes, já que crianças costumam brincar no local, próximo à rua Pedro Goussain.
“Já fomos um monte de vezes lá reclamar e eles vem e não resolvem nada. Minha filha já achou bicho aqui e ninguém faz nada. A valeta fica com mal cheiro, falam que vão limpar e nada”, protestou a moradora Rosineia Carvalho.
Rodeada de vizinhos incomodados com o problema, Rosineia contou que os adultos têm de dobrar a atenção, já que não é difícil encontrar crianças brincando na área. “É um mal cheiro que entra na nossa casa. Vamos fazer comida e é esse mal cheiro. E o esgoto aberto, com criança brincando”, narrou a dona de casa. “Ninguém fez nada neste problema que vem lá do passado. Nem o Zé Louquinho, nem o Márcio Siqueira, nem o Ernaldo (Marcondes, atual prefeito)”.
Outra moradora que não quis se identificar disse que o problema com o encanamento apenas agravou a situação. “Essa coisa já vem acontecendo há um tempo. O bairro todo reclama”.
Sob a linha do trem, um encanamento que leva o esgoto até o rio foi danificado, criando uma abertura que deixa correndo a céu aberto o esgoto.
Procurado pela reportagem, o diretor do Saae de Aparecida, Wellington Nogueira, disse que a autarquia já vem acompanhando a situação. Ele respondeu ainda que não é só no bairro São Geraldo que enfrenta esse tipo de problema, mas outros dois pontos, ambos localizados na Ponte Alta, também necessitam de um projeto de esgotamento sanitário, para ser recolhido e enviado a ETE (Estação de Tratamento de Esgoto), já instalado na cidade, mas que opera longe dos 100%.
Nogueira disse ainda que a administração tem prestado periodicamente esclarecimento ao Ministério Público sobre esses três pontos problemáticos. “Na verdade, temos conhecimento desses três pontos, e inclusive o Ministério Público sempre nos questionando. A cada três meses enviamos ao órgão uma análise da situação, e explicamos o motivo pelo qual ainda não solucionamos o problema e o que estamos fazendo para dar fim a essa situação”.
O diretor da autarquia disse que no bairro São Geraldo será necessária uma grande obra de canalização do esgoto, para que ele possa ser enviado a ETE, e com os recursos próprios fica inviável, já que mesmo sem estimativas, deverá ser gasto no local cerca de R$ 1,5 milhão. “Precisamos fazer uma canalização de no mínimo 500 metros, e eu acredito que mais para frente poderemos iniciar um projeto para solucionar esse problema, mas só com verba do Governo Estadual”.
Ele contou que em janeiro desse ano enviou ao Estado, por meio do Daae (Departamento Autônomo de Água e Esgotos), projeto solicitando a liberação de recursos na ordem de R$ 6 milhões para solucionar o problema no bairro São Geraldo e os outros dois pontos na Ponte Alta.

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