Em meio à crise, Santa Casa de Aparecida demite funcionários
Hospital nega que cortes possam prejudicar o atendimento à população; sindicato pede que demitidos procurem órgão
Da Redação
Aparecida
A crise na saúde em Aparecida, mais precisamente na Santa Casa, ganhou um novo capítulo essa semana, com o anúncio da demissão de mais de dez funcionários. Ao todo, segundo o Sindicato dos Trabalhadores da área da Saúde, foram 13 técnicos de enfermagem e uma auxiliar de costura desligados do hospital.
As demissões ganharam repercussão nas redes sociais, onde internautas mostraram preocupação com a situação da entidade, temendo que a redução no quadro de funcionários pudesse prejudicar o atendimento.
O diretor da Santa Casa, Frei Daniel Kurt, negou que os pacientes serão prejudicados com a redução no número de funcionários.
Ele confirmou as demissões, mas alegou que os serviços não serão prejudicados. “Vamos deixar toda população ciente de que o nosso fluxo de entendimento vai continuar o mesmo, o nosso número de colaboradores. Tentamos fazer da melhor maneira para que o paciente não sofra nenhum problema”.
O diretor do sindicato que representa a categoria, Carlos Alberto dos Santos, foi a público pedindo que os demitidos procurem o órgão. “Até o momento ninguém veio procurar a gente para fazer reclamação, mas estamos de portas abertas, para saber o que poderemos fazer judicialmente para ajudar essas pessoas”.
A entidade não afirmou que irá tomar alguma providência, mas não descartou alguma manifestação. “Não tem nada previsto, mas não quer dizer que vamos fazer nada. Vamos estudar caso a caso, e se necessário for vamos fazer um manifesto para que possa resguardar os demais funcionários que ainda estão trabalhando. ”
Frei Kurt corrigiu o número repassado pelo sindicato, afirmando que foram 13 colaboradores demitidos, e não 14. “Com relação ao motivo, vocês têm acompanhado que estamos passando por um processo de restruturação, inclusive com serviços que não farão mais parte da instituição, e por isso temos que enxugar o quadro de colaboradores”.
O religioso disse ainda que a entidade precisa se readequar a nova realidade financeira. “Temos que fazer com que os custos caibam dentro de nossa receita. Não tem como mantermos o mesmo quadro de funcionários se a receita diminuiu e as entradas diminuíram, senão vamos entrar numa defasagem completa”.
Complicado – A crise instalada na Santa Casa de Aparecida desde outubro do ano passado tem deixado a população e autoridades da cidade em estado de alerta. Primeiro foram as cirurgias eletivas suspensas, depois a instabilidade de médicos em alguns plantões do Pronto Socorro.
De acordo com a Santa Casa, a partir da próxima semana a entidade irá retomar parte das cirurgias. Já os atendimentos que o hospital não oferece serão transferidos para o AME de Lorena.
