Após ameaça de paralisação, Santa Casa vira alvo de reclamações em Aparecida

Diretoria busca saída para dívidas, mas garante que atendimento segue normal na cidade; faixa de protesto dos médicos mantém aviso contra crise

Entrada do Pronto Atendimento em Aparecida; pacientes criticam demora em meio à crise financeira (Foto? Arquivo Atos)
Entrada do Pronto Atendimento em Aparecida; pacientes criticam demora em meio à crise financeira (Foto? Arquivo Atos)

Rafael Rodrigues
Aparecida

Apesar de os médicos não terem paralisado os serviços, como divulgado pela faixa colocada na porta da Santa Casa de Aparecida, moradores reclamam do atendimento, que tem se pautado em urgência e emergência.
O hospital é referencia, além de Aparecida, para os atendimentos em Roseira e Potim.

A comerciante Renata Reis precisou levar sua mãe de oitenta anos ao hospital, mas teve dificuldades para ser atendida. A idosa sofreu uma queda em casa, mas sua filha contou que ao chegar ao Pronto Atendimento, não recebeu a atenção necessária do plantonista.

Ela afirmou que depois de realizado o exame de radiografia, foi informada pelo médico que sua mãe não teria sofrido nenhuma fratura, e que deveria procurar um ortopedista para avaliar a contusão, no dia seguinte.

A moradora contou ainda que sua mãe não parava de se queixar de dor, e no mesmo dia procurou atendimento no hospital de Guaratinguetá, onde foi constatada a fratura. “Ela estava com uma fratura no ombro. O médico só reclamava dos salários, eu até entendo, mas se a porta estava aberta, o atendimento deveria ser feito da maneira correta”, criticou.

A Santa Casa continua com o mesmo posicionamento que deu à reportagem do Jornal Atos na última semana. A alegação é de que apesar das dificuldades financeiras, os atendimentos, tanto no Pronto Socorro como na própria entidade, continuam normais, com todo corpo clínico realizando os serviços de praxe.

O administrador do hospital, Frei Daniel Kurt, ressaltou que são duas equipes diferentes, mas que ambas estão com os salários atrasados. “Nós temos um problema com todos os médicos da unidade. Temos pendências com o Governo do Estado, mas o administrador geral já está organizando essas questões diretamente com a secretaria de São Paulo. Quando falamos em PA (Pronto Atendimento), temos que cobrar o Município, que tem efetuado o pagamento com muito atraso, e além disso, de maneira parcelada”.

Mesmo sem precisar o número de profissionais, o religioso disse que atualmente a Santa Casa disponibiliza ao Pronto Socorro, diariamente, um pediatra e um clínico geral. Ele ainda alegou que na retaguarda, ou seja, na Santa Casa, existe uma outra equipe caso sejam necessárias intervenções cirúrgicas. “Quando é necessário temos um cirurgião, ou no caso de parto temos um ginecologista de plantão”.

Repasse – Atualmente o repasse mensal que a Prefeitura precisa efetuar para entidade é de aproximadamente R$330 mil, mas parte desse valor é referente a um acordo firmado entre município e hospital, ou seja, o valor de 2016 é de R$278 mil, sendo que os outros R$ 51 mil mensais correspondem à parcela do acordo.

Frei Daniel alegou que atualmente mais da metade dos atendimentos são de moradores de Aparecida, mas que em se tratando de Pronto Socorro, é preciso ressaltar que muitos pacientes são de cidades vizinhas como Roseira e Potim. “Outros municípios não repassam nenhum valor, mas quem tem por direito de cobrar é o próprio município. Não cabe à entidade essa negociação, não podemos negar atendimento para quem nos procura”.

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