Haddad vira alvo em debate de poucos confrontos diretos da CNBB, em Aparecida

Em seu primeiro debate, petista encara ataques durante evento da CNBB; carta de FHC foi lembradan

Da Redação
Aparecida
O complexo do Santuário Nacional foi palco na noite desta quinta-feira do quarto debate na televisão entre candidatos à Presidência da República. O encontro foi realizado pela CNBB (Confederação dos Bispos do Brasil) e a TV Aparecida (que reuniu outros veículos de cunho católico), em noite marcada por ataques Fernando Haddad (PT) e debate sobre carta do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, que pediu união das campanhas de centro.

Esse foi o primeiro encontro com participação de Haddad, que assumiu como titular na campanha após a queda de todos os recursos que tentavam assegurar a candidatura do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba por corrupção passiva.

Além do petista, participaram do debate na TV Aparecida os presidenciáveis Álvaro Dias (Podemos), Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede), Guilherme Boulos (PSOL), Henrique Meirelles (MDB) e Ciro Gomes (PDT). Já o candidato Jair Bolsonaro (PSL), que lidera as pesquisas de intenção de votos, não compareceu ainda em consequência do atentado sofrido dia 6 de setembro, quando levou uma facada em Minas Gerais. Ele se recupera em São Paulo, e ainda não havia recebido alta até o fechamento desta edição.

O encontro foi iniciado com respostas dos candidatos à pergunta do cardeal Odilo Scherer, arcebispo Metropolitano de São Paulo. Ele questionou os presidenciáveis sobre a reconstrução da ética na política.

O tema foi comentado pelos sete candidatos convidados.

Na sequência, o segundo bloco do debate contou com os primeiros confrontos entre os candidatos, com destaque para Haddad e Alckmin.
Ao ser perguntado sobre teto de gastos, reforma trabalhista e como o PSDB não consegue se reavaliar, o tucano bateu: “Todos os partidos deveriam fazer uma autocrítica, mas o PT lança candidato em porta de penitenciária”, frisou o ex-governador, ironizando o lançamento oficial da campanha petista em Curitiba, próxima ao local onde Lula segue preso.

Como as regras definidas pela organização impediram que os candidatos escolhessem os adversários nas perguntas, os confrontos diretos mais aguardados foram poucos. Mas em outro embate, que teve destaque as redes sociais Álvaro Dias não poupou ataques a Haddad, se referindo ao petista como “porta-voz da tragédia” e “representante do caos”.

Já o líder nas pesquisas, Bolsonaro não ficou de fora das críticas, mesmo ausente. Ele foi lembrado por Marina Silva, que criticou: “O que não podemos é ficar no posto Ipiranga. É difícil ser presidente com o posto Ipiranga. Tem que saber o que quer fazer, onde ir”. Marina se referia a Paulo Guedes, um dos eventuais ministros de Bolsonaro, após o candidato do PSL não esconder que na dúvida, deve recorrer ao “ministro”.

Mesmo com os confrontos, o tom mais ameno marcou o debate. Na saída, os candidatos falaram com a imprensa. Entre os temas mais abordados, a carta de Fernando Henrique Cardoso, divulgada nas redes sociais, em que o ex-presidente defendeu uma união de candidatos à Presidência contra os concorrentes que apostam em “soluções extremas”. Para o tucano, a convergência deveria se dar em torno de quem apresentar mais chance de ganhar a eleição.

No documento, apresentado como uma “carta aos eleitores e eleitoras”, FHC classificou as candidaturas de Jair Bolsonaro e Fernando Haddad como “polos da radicalização atual”, que dificilmente teriam condições de tirar o País da crise.

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