Candidatos da região que tiveram apoio da JBS garantem que não sabiam origem de recursos

Segundo citados, doações de campanha permitidas na época teriam sido encaminhadas pelos partidos

Os deputados Flavinho e Padre Afonso Lobato, eleitos em 2014, que negaram conhecimento sobre origem de recursos para campanha (Fotos Reprodução/Arquivo Atos)
Os deputados Flavinho e Padre Afonso Lobato, eleitos em 2014, que negaram conhecimento sobre origem de recursos para campanha (Fotos Reprodução/Arquivo Atos)

 

Leandro Oliveira
Da Região

As delações premiadas da JBS, investigada na Operação Lava Jato, respingaram no Vale do Paraíba. Há uma semana, o portal de notícias G1 publicou uma matéria citando que 19 políticos da região tiveram as campanhas de 2014 financiadas pela empresa. Mas de acordo com as defesas dos citados, eles nunca tiveram contato com a empresa e receberam os recursos dos próprios partidos.

A publicação informou que foram doados aproximadamente R$ 550 mil para os candidatos da região citados em um documento apresentado por Ricardo Saud, diretor do grupo J&F. Em todo o País, foram mais de 1.800 candidatos que tiveram acesso aos recursos, que inicialmente foram passados aos partidos e posteriormente aos candidatos.

Os repasses feitos foram declarados. Na época era permitido que pessoas jurídicas doassem recursos para os partidos. Os partidos recebiam as doações e destinavam os recursos para os candidatos. Os repasses eram feitos de acordo com cada sigla e candidato.

Dos 19 nomes, Flavinho da Canção Nova (PSB) foi eleito deputado federal. Ele negou que tivesse conhecimento da origem das doações e que tivesse se relacionado, como candidato ou deputado, com representantes da JBS.

Resposta semelhante a de Padre Afonso Lobato (PV), deputado estadual eleito e que também teve o nome citado. Segundo a publicação, Lobato teria recebido R$ 36 mil, originários de doações da JBS.

“Eu fiquei surpreso. Soube apenas que esse recurso era da JBS agora, nessa confusão toda. Para mim, achei que o partido tinha feito o repasse através do fundo partidário. Não sabia realmente que era da empresa”, respondeu Lobato.

O deputado foi questionado como funciona o repasse dos partidos para os candidatos, e se seria possível ter acesso a informação sobre a origem dos recursos.

“Não. A gente coloca como origem do partido. Mas na prestação de contas quando checa isso com a doação, aí realmente aparece. Só tomei conhecimento da origem agora”, respondeu. “Foi uma doação legal e foi feita a prestação de contas. Então não tem problema de caixa dois ou propina, pois o próprio partido declarou e repassou para os candidatos”, concluiu.

Da região, também foram citados na matéria o ex-vereador de Cruzeiro, Josias Diniz (PSD), os candidatos a deputado estadual por Guaratinguetá, Dr. João Carlos (PT), Dra. Juniata (PSB), Ernesto Quissak (PRP) e Marcus Soliva (PSL), além de Maurílio Neto (PMN), candidato a deputado estadual por Lorena, Professor Eric (PR) de Pindamonhangaba e Marcelo Ortiz (PSL), candidato a deputado federal.

Em todos os casos os candidatos garantem que receberam recursos oriundos do partido, não tiveram informações sobre a origem da verba e asseguram não ter quaisquer ligações com a JBS.

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