Cebola e pão inflacionam a cesta básica na região

Levantamento do Nupes de Taubaté mostra que consumidores do Vale gastam mais para encher o carrinho de compras

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A cesta mais salgada O que mais subiu: Pão francês – 6,58% Batata – 5,36% Cebola – 5,18% Macarrão – 3,91% Leite – 1,84% Queijo – 1,36% Farinha de trigo – 0,88% Queda e na contramão Cenoura – (-6,87%) Feijão carioquinha – (-3,22) Laranja pera – (-2,93%) Tomate – (-2,88)
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Outras dicas Compare sempre e faça pesquisa de preço. Substitua os produtos mais caros. Cuidado com os produtos que são cotados em dólar; faça um corte nos produtos importados. Elimine os gastos supérfluos. Valorize os centavos. Faça compra no supermercado com maior frequência, para aproveitar as promoções. Na feira compre apenas os produtos de época, em geral, com os melhores preços. Aguarde as liquidações e evite comprar por impulso.

Francisco Assis
Região

Voltar do supermercado de bolsa cheia vem se tornando um privilégio para poucos. O aumento em produtos básicos assusta o consumidor da região, que tenta driblar a inflação de olho na variação dos produtos. No Vale do Paraíba, o pão francês e a cebola são os novos vilões das prateleiras, de acordo com levantamento do Nupes (Núcleo de Pesquisas Econômicos-Sociais).

O estudo do órgão da Unitau (Universidade de Taubaté) apontou que o custo da cesta básica na região sofreu um aumento de 0,17% entre junho e julho, passando de R$ 1.329,94 para R$ 1.332,24.

Entre os alimentos que mais tiveram o preço elevado estão o pão francês, que teve acréscimo de 6,58%, a batata com 5,36% e a cebola em 5,18% mais cara.

A análise do Nupes é feita com base em uma “família-padrão” de cinco pessoas, com poder de compras de cinco salários mínimos. Nos supermercados não é difícil encontrar quem tem dificuldade em completar a lista de compras.

“Hoje está difícil. A gente conseguia comprar muito mais com o mesmo dinheiro. Hoje, eu vim comprar umas vinte coisas, mas não vou levar nem dez”, contou a aposentada Fátima Barbosa.

A economista Vanessa Gatto Chimendes, da Fatec (Faculdade de Tecnologia de Guaratinguetá), explicou que o aumento na cesta é motivado por diversos fatores no processo de produção até a prateleira do supermercado. “Com o aumento dos custos ocorre uma retração da produção, fazendo com que os preços de mercado também sofram aumento. Exemplo: aumento salarial, aumento no custo da matéria-prima, aumento no preço dos combustíveis, aumenta o custo de produção e de transporte; e em seguida esse aumento de custos vai para o preço final”.

Maria Conceição é pensionista e tenta se equilibrar com um salário mínimo. Ela disse que já cortou vários produtos do seu dia a dia com o aumento dos preços. “Carne a gente já nem come mais. Olha a cebola, está cara. Daqui a pouco vamos fazer sopa de papel”, brincou a idosa, enquanto observava a balança que pesava as quatro cebolas que conseguiu levar.

Com menor poder de compra, os consumidores organizam a lista de compras de acordo com a realidade econômica. A ideia é obter um limite do quanto comprometer o salário.

Vanessa Gatto indicou que uma boa divisão no orçamento seria em 40% para gastos com transporte, vestuário e alimentação; 30% para despesas com moradia; 15% do orçamento para lazer e outros 15% para outras despesas. Ela lembrou ainda que outros autores acreditam que o consumidor deve manter 50% com despesas essenciais (moradia, água, luz, gás, transporte diário, saúde, educação), 15% no futuro (poupança) e 35% em alimentação.

Outra conta de Vanessa mostra que os gastos podem ser definidos em 55% com alimentação, 20% habitação, 8% vestuário, 10% higiene e 7% transporte.

“Agora eu te pergunto: uma pessoa que ganha um salário mínimo tem poder de escolha? É por isso que tem que ajustar o máximo seu orçamento, fazendo controle total dos gastos e economizando o máximo possível para que não gaste mais do que ganha e fique endividado. A realidade é fazer cada item caber no orçamento”, destacou a economista.

Além da baixa na economia nacional, motivada pela crise política, o período de estiagem também causa alta nos preços. Vanessa ressaltou que cada vez mais cresce o risco da queda de produção na agricultura e nos setores industriais, altamente dependentes da água. “A estiagem que atinge a região Sudeste e a escassez de água em vários municípios do interior de São Paulo deve prejudicar o volume de produtos ofertados e a qualidade deles. Problemas climáticos e sazonais prejudicam a oferta de frutas, verduras, legumes, agropecuária entre outros, o que pode acarretar em alta nos preços”

Dicas – Além da organização dos gastos com o poder de compra, a economista listou outros passos que o consumidor pode tomar. “Estabeleça metas no orçamento, contenha as despesas, anote tudo o que se gasta e coloque na calculadora todos os seus gastos. Assim você consegue descobrir quais são os itens que estão prejudicando o seu orçamento”, aconselhou, sem esquecer o que acredita seu o principal mandamento na crise. “Não faça dívidas!”

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