Guará registra mais de trinta casos de automutilação entre jovens

Casos têm se tornado problema de saúde pública; Conselho Tutelar auxilia em casos, cada vez mais comuns

Jovens na saída da escola de Guaratinguetá; cidade registrou ais de trinta casos de automutilação (Foto: Estéfani Braz)
Jovens na saída da escola de Guaratinguetá; cidade registrou ais de trinta casos de automutilação (Foto: Estéfani Braz)

Da Redação
Guaratinguetá

Uma moda entre os jovens chama a atenção nos últimos tempos: a automutilação. Mesmo sem estatísticas oficiais no país, os dados internacionais apontam que o problema atinge 20% dos adolescentes. O transtorno vem se tornando problema de saúde pública no Brasil.

Em Guaratinguetá, as notificações do tipo no Conselho Tutelar da cidade mais que dobraram em apenas duas semanas. De dez casos registrados, o número subiu para mais de trinta.

De acordo com a coordenadora do Conselho Tutelar, Mirelli Betti, as notificações chegam através das escolas. “Elas (escolas) realizam um primeiro contato, mas os profissionais ficam muito assustados e procuram o Conselho Tutelar no sentido de pedir orientação sobre como devem proceder. Chamam a família e conversam, mas assim mesmo, acho que precisam de algo mais e por isso encaminham para o Conselho”.

Ao ser notificado, o órgão faz uma entrevista com o adolescente e os familiares. Em seguida, o jovem é encaminhado para a rede pública onde recebe acompanhamento e o Conselho Tutelar também continua dando o suporte ao caso.
Segundo as análises dos casos, apesar de a maior parte dos envolvidos ter ligação com jovens interessados em games online, não há como garantir que o problema tenha vínculo com os jogos. “A gente sabe alguns motivos. Poucos são claros para nós. A gente acredita que possa estar havendo uma modinha (sic) entre eles, uma disputa, o querer aparecer com outro colega, ser o chefe daquela turminha. À princípio, é isso que estamos verificando”.

Orientação – O Conselho Tutelar pede que os pais estejam atentos às mudanças de comportamento dos filhos. “Às vezes, os pais ficam o dia inteiro com os filhos, mas não chegam a dar a atenção devida. É preciso a observação, a orientação no sentido de informar, de mostrar o que está acontecendo, como isso prejudica o adolescente, prejudica a família, prejudica o meio social e sem contar que o estado emocional do adolescente já está denegrido para chegar a um ponto desses, de competir a tal ponto de se machucar, física e emocionalmente, para atrair a atenção do grupo”, ressaltou a conselheira Leila Pisani, que explicou que os casos seguem em sigilo.

Outra instrução dada pelo Conselho é de que os pais e educadores estejam atentos ao tipo de roupa utilizada. Muitos jovens tentam esconder as marcas com roupas de manga comprida e cacharrel (blusas de gola alta), mesmo durante o calor.

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