Falta de coleta de lixo gera indignação em moradores de Cruzeiro

Dívida com a empresa responsável chegou a R$ 1 milhão em 2015; Prefeitura afirma que pagamento está em dia

Lixo acumulado em calçada na região central de Cruzeiro; problema se repete com atrito entre empresa e Prefeitura (Foto: Maria Fernanda Rezende)
Lixo acumulado em calçada na região central de Cruzeiro; problema se repete com atrito entre empresa e Prefeitura (Foto: Maria Fernanda Rezende)

Maria Fernanda Rezende
Cruzeiro

Os moradores de Cruzeiro voltaram a reclamar da falta de coleta de lixo na cidade. As falhas no serviço neste ano vêm ocorrendo há meses, segundo relatos da população. O transtorno é ainda maior no Centro da cidade, que acumula sacos de lixo na porta dos estabelecimentos comercias.

“Faz menos de um mês que não teve coleta por uns dias. Tinha normalizado, mas ontem já não teve. As pessoas param aqui na porta da loja para ver alguma coisa e tem saco de lixo aí na frente”, reclamou a dona de uma loja de artigos infantis.

Quem protesta na cidade, dificilmente se identifica. Mas esse não parece ser problema, já que a reclamação é unânime. Andando pelas ruas do Centro, em quase todas as calçadas é possível encontrar sacos de lixo que foram tirados da frente das lojas e amontoados em esquinas, perto de postes e pontos comerciais fechados. Na ausência de uma lixeira que comporte todo consumo do local, os sacos ficam no chão. Em determinados lugares, obriga o pedestre a desviar, andando pela rua.

Nos bairros a situação é parecida. As várias sacolas com restos de alimentos, atraem cachorros de rua que rasgam o lixo e deixam a sujeira na calçada. Além do mau cheiro causado pelo tempo em que fica acumulado.

“O lixo está espalhado aí pelas portas. Tem semana que vem todos os dias certos, outras semanas falta. No meu bairro está terrível, do mesmo jeito. Pensei que no centro da cidade tinham catado, mas também não”, comentou uma moradora do bairro Regina Célia.

Em março de 2014, a empresa Ecopav, responsável pela coleta, suspendeu as atividades durante alguns dias, por falta de pagamento. Em reunião com a direção da empresa, o vice-prefeito Rafic Zake (PMDB), à época chefiando o Executivo, ganhou o crédito de três meses que garantia a coleta.

Mais de um ano depois, em outubro de 2015, o problema voltou a ser motivo de discussão. Após o retorno de Ana Karin de Andrade (PRB) ao cargo de prefeita, foi feito um acordo para o parcelamento da dívida superior a R$ 1 milhão.

Neste ano, o transtorno persiste e é tema de protestos nas redes sociais. Postagens em grupos de discussão no Facebook, mostram relatos como de um morador da Vila Paulista que reclamou sobre a demora no serviço ainda no mês de maio. “Três dias que não passa o caminhão de coleta de lixo no meu bairro e pior que ninguém explica o motivo de não ter a coleta de lixo nos bairros de Cruzeiro” (trecho retirado do grupo “Muda Cruzeiro! Chega!”).

Em junho e agosto, houve mais queixas no mesmo grupo. “Já está virando palhaçada isto né. Mais uma vez Cruzeiro sem coleta de lixo. Até quando vamos aguentar isto?”. “Uma semana sem coleta de lixo na rua dos Palmares e rua Ipiranga toda! Ontem deixei meu lixo na prefeitura”.

Além das reclamações, os moradores também pedem que sejam avisados dos atrasos, para que não retirem o lixo de casa. “É um constrangimento para todo mundo ver essa imundice na rua. Dentro do mês, umas duas semanas acontece isso. Hoje até agora não passou, nem sei se vai passar. Pelo menos podiam avisar para que a gente não coloque o lixo na rua, deixe em algum lugar até passar”, relatou dona de um minimercado.

A Prefeitura informou que não houve paralisação da coleta de lixo na cidade, mas sim uma adequação logística do serviço, que é efetuado por setores. Argumentou também que em alguns bairros o consumo é maior, causando a sensação de que o serviço não está sendo prestado. O Executivo ainda afirmou que os depósitos de pagamento estão dentro da normalidade conforme ordem cronológica.

A reportagem do Jornal Atos procurou diversas vezes a empresa Ecopav para comentar o assunto, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.

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