Mercadorias espalhadas nas calçadas dificultam mobilidade em Aparecida

Cidade não consegue fiscalizar comerciantes que prejudicam pedestres

Calçada na avenida Monumental é tomada por material de comerciante; moradores cobram fiscalização (Foto: Rafael Rodrigues)
Calçada na avenida Monumental é tomada por material de comerciante; moradores cobram fiscalização (Foto: Rafael Rodrigues)

Rafael Rodrigues
Aparecida

A pouco mais de um ano das comemorações pelos trezentos anos do aparecimento da Imagem que dá nome à cidade, andar pelas ruas de Aparecida não só nos fins de semana, quando a movimentação é grande, tem se tornado cada vez mais um desafio para moradores e romeiros. Com as mercadorias espalhadas irregularmente pelas calçadas, lojistas ocupam o espaço que seria destinado aos pedestres, obrigados a trafegarem pelas ruas.

O aposentado mineiro Agenor Meirelles visitou Aparecida no último final de semana e literalmente tropeçou nos produtos dos comerciantes da cidade, sendo obrigado até a ressarcir o lojista por ter danificado a mercadoria. Indignado, Meirelles enviou um e-mail para imprensa local, denunciando o descaso, e reclamando da mobilidade nas ruas centrais da cidade.

De acordo com o secretário de Indústria e Comércio Ambulante, Marcos Willian, existe legislação delimitando o uso da calçada pelos lojistas, entretanto não há o bom senso e o respeito para manter a ordem. “Pela legislação é permitido ocupar a calçada desde que deixe 1,20m livre para os pedestres, mas o maior problema é o bom senso, porque o lojista acha que o comércio é mais para fora do que para dentro”.

Willian afirmou que o cumprimento da legislação tem sido cobrado pela pasta com fiscalizações em toda cidade, mas o baixo número de fiscais atrapalha o cumprimento da lei. “Temos feito fiscalização quando possível. Temos um número reduzido de fiscais, e a saída seria unificar esse trabalho para contarmos também com funcionários de outros setores, como Obras e Tributário”.

Ele explicou que o trabalho é feito de acordo com as denúncias. Segundo o secretário, os pontos com maior incidência de reclamações são alvo das ações dos servidores. “Fizemos orientações, notificações, mas no outro dia o problema voltou e eles colocaram a mercadoria na calçada de novo”.

O representante da administração alegou que mesmo com a lei, a falta de punição enérgica favorece reincidência dos lojistas. “Aplicamos multa, apreendemos a mercadoria, mas mesmo assim, infelizmente não surte o efeito necessário, por isso acredito que o necessário seria uma reformulação na nossa legislação”.

Associação Comercial – A ACA (Associação Comercial de Aparecida) mantém diversas campanhas educativas com os associados. De acordo com o presidente da entidade, Reginaldo Leite, um dos principais objetivos é justamente deixar a cidade melhor para 2017, quando será comemorado os 300 anos de encontro da Imagem de Nossa Senhora Aparecida. “A Associação, participando da comissão para preparar a cidade para os trezentos anos, tem como um dos objetivos combater esse problema, porque a mercadoria fora das lojas acaba até prejudicando o lojista”.

Leite disse ainda que é preciso ser cumprida a lei, que aborda não somente o limite de espaço na calçada, mas também a altura dos produtos que normalmente ficam pendurados nos toldos das lojas.

A entidade oferece diversos cursos com a finalidade de aprimorar o atendimento em Aparecida, mas o interesse é mínimo. “Tivemos que cancelar uma palestra sobre exposição de produtos, por falta de inscritos. As pessoas precisam se profissionalizar mais, saber que somos uma cidade turística, e assim precisamos nos preocupar principalmente com o bem estar de nossos visitantes”.

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